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Música do Mundo - É certo ouvir este som?

4 de janeiro de 2010 , Posted by Rádio Apocalipse 22:15 at 10:46

'Só escuto músicas evangélicas'. 'Não vejo mal em escutar CD s de cantores do meio secular'. 'O diabo roubou a música de Deus'. Estas são algumas das frases que se ouve no meio cristão quando o assunto gira em torno de músicas produzidas no chamado 'meio secular', ou seja, canções compostas por artistas que não partilham da fé cristã ou pelo menos não tiveram a intenção de demonstrá-la em seus trabalhos.

Há décadas o tema levanta discussões não somente entre músicos, mas também pastores, adolescentes, pais e filhos de inúmeras igrejas evangélicas. Em entrevista exclusiva ao Guia-me, o cantor Zeider e o pesquisador Daniel Mastral deram suas opiniões e testemunharam a respeito dos efeitos da música sobre o ser humano...Vocalista do grupo de Reggae Planta e Raiz, Zeider falou sobre a importância da música em seu trabalho e como ele lida com músicas que não são oficialmente denominadas como evangélicas. Apesar de ser cristão protestante, o cantor não exerce um trabalho que ganhe o título de evangélico e afirmou que para que uma canção seja edificante, ela não precisa ser especificamente evangélica, mas sim ter um conteúdo edificante, acima de tudo.

'Sempre gostei de música que tem conteúdo e mensagens que podem transformar o ser humano de forma positiva. Eu sou cristão e também compositor da banda. Muito do que aprendo com Jesus é citado nas letras de uma forma despojada, para que todas as pessoas, independente da religião que vivem, possam assimilar a mensagem e se conscientizar', declarou o artista.

Dificuldades

Em seu depoimento, Zeider fala que ser músico cristão e não trabalhar no meio gospel gerou reprovações de muitas pessoas em relação a seus projetos e ainda afirmou que isso não foi suficiente para que ele desistisse da missão que acredita haver em seu trabalho.

'Infelizmente aconteceu algumas vezes sofrer preconceito,mas sempre de forma indireta,o que é mais triste ainda é que a religiosidade é muito grande no nosso meio, mas Cristo tem revelado sua simplicidade aos que o buscam de todo coração, e essa é minha loucura ser Luz nesse mundo', afirmou.

Princípios

Em suas composições, Zeider busca falar de princípios bíblicos como o amor incondicional, a paz acima de qualquer entendimento humano, a amizade e a preservação da natureza, ainda que o nome de Jesus não seja sempre especificamente citado. O cantor confessou que acredita na eficácia de músicas assim para que pessoas 'resistentes ao evangelho' assimilem uma boa mensagem.

'Eu acredito que essa é uma boa forma não só de edificar, mas também de transformar vidas, pois assim a mensagem do amor verdadeiro alcança pessoas que talvez nunca irão numa igreja evangélica', assumiu.

Inconsciente humano

Pesquisador de assuntos que envolvem o inconsciente humano, o escritor e ex-satanista Daniel Mastral falou sobre as reações que o cérebro pode ter diante de formações melódicas em composições músicais, ainda que sejam somente em formato instrumental (sem letra). Em seu depoimento, o estudioso citou sensações que a música pode estimular na mente ao ser reproduzida e ouvida por alguém.

'Nosso cérebro é programado para interagir com o meio externo, e reagir a ele. Se o estímulo é positivo temos a sensação de bem estar, e produzimos substancias que nos dão prazer; dopamina, endorfina etc. Muitas frequências sonoras contém batidas rítmicas que se aproximam com nosso sistema cardíaco. Aos poucos podem aumentar ou diminuir esta frequência, excitando ou relaxando o nosso cérebro. No tocante ao ritmo é assim que reagimos', alertou.

Ao falar sobre o poder que a música tem para estimular sensações em seus ouvintes, Daniel citou o caso de uma música clássica, composta com uma intenção específica e como ela consegue alcançar tal objetivo: desenvolver um sentimento de angústia em quem a ouve.

'Um clássico disso é o adágio de Samuel Barber, que propositalmente causa sensação de profunda angústia. O objetivo era de proporcionar ao ouvinte a sensação de terror que o povo Judeu sofreu ao longo dos séculos de perseguição. O modelo usado é não concluir a frase músical, dando a sensação de incontinuidade. Esta mesma técnica pode ser utilizada para produzir sensações de depressão, melancolia, ira etc', expôs.

Ao falar de músicas que contém letra claramente dita, Mastral lembra a realidade das músicas da atualidade, que enfatizam prostituição, drogas, violência e até mesmo as de conteúdo subliminar. O estudioso lembrou que canções assim incentivam, ainda que, inconscientemente as pessoas a tomarem atitudes que desagradam o coração de Deus.

'Para quem ouve, há um condicionamento, muitas vezes involuntário, a tomar atos agressivos. Vemos isso com frequência no transito. Ouvir músicas com conteúdos agressivos potencializa a agressividade. Para quem cria estas melodias, evidente, há já instalado no coração algum tipo de contaminação, ou mágoa não resolvida', lembrou.

Edificante ou não?

Como é possível reconhecer uma música que pode chegar a ser, de alguma forma, prejudicial? Ao ser questionado com tal pergunta, Daniel Mastral afirmou que é importante analisar a mensagem que a canção traz pela letra e citou as músicas evangélicas como exemplos de materiais que provavelmente tenham mais componentes edificantes para seus ouvintes.

'Música é um conjunto, precisa ter conteúdo como um todo. Julgo importante avaliar a letra, a mensagem. Ela edifica ou não? E indo por este rumo de raciocínio vamos chegar a conclusão que as músicas evangélicas tem mais elementos, como se fossem mais vitaminas para fortalecer o Homem Espiritual', afirmou.

Apesar de colocar as músicas denominadas cristãs como possíveis canais de fortalecimento espiritual, o escritor lembrou que ainda assim o senso crítico se faz indipensável, pois segundo ele, 'há algumas [músicas colocadas entre as da linha gospel que não expressam a verdadeira adoração e louvor a Deus'.

'O que agrada ao Pai é adoração. Não é o espetáculo. Se a motivação for ir a um Show de uma banda Gospel para ver uma mera apresentação teatral, e não buscar verdadeiramente agradar ao Pai, com a verdadeira adoração. Seremos meros sinos que retinem. Produziremos sons, vozes, mas não adoração. O que não edifica', alertou.

Finalizando o seu raciocínio, Mastral lembrou a importância de não perder o foco e analisar criteriosamente qualquer situação, antes de tomar uma atitude. Imaginar Jesus Cristo em tal circunstância e qual posicionamento Ele teria, é uma estratégia que pode ser útil, segundo o estudioso.

'Em suma, o que edifica, acima de tudo, é amar os que Deus ama, e repudiar o que Deus repudia. Assim, seremos espelhos da vontade de Deus na terra e podemos refletir a luz de Cristo a aqueles que estão em trevas. Para tudo que faço, penso antes: O que Jesus faria?, ressaltou.

Por João Neto - http://www.guiame.com.br/

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